Publicidade
A
Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral de Faro
encontrou uma resposta inovadora para o apoio te-
rapêutico dos seus utentes. Criada em 1982, a asso-
ciação tem hoje quase 300 utentes, com idades entre os 0 e
os 40 anos, a quem oferece serviços de intervenção precoce,
ambulatório e reabilitação profissional, além de manter um
centro de atividades ocupacionais, umcentro de recursos para
a integração e um centro de apoio à vida, cultura e desporto.
A nova valência, acabada de inaugurar, é uma residência/lar.
Para uma organização que vai até onde for preciso no apoio
aos doentes comparalisia cerebral, o projeto “Vamos ser Astro-
nautas” justifica bem a Menção Honrosa do BPI Capacitar. O
projeto, “de cariz terapêutico, tem como objetivo dar a maior
autonomia possível aos utentes”, explica Cristina Sobral, fi-
sioterapeuta e uma das responsáveis pelo “Vamos ser Astro-
nautas”, que adapta tecnologia original da NASA, concebida
para neutralizar os efeitos nocivos da ausência de gravidade
e hipocinesia sobre o corpo, ao tratamento de crianças com
distúrbios neurológicos.
Elsa Fernandes, fisioterapeuta e a outra responsável pelo
projeto, explica que o fato ortopédico dinâmico que será ad-
quirido vai beneficiar 50 utentes, com idade até aos 18 anos.
“Haverá umamaior incidência na populaçãomais jovem, por-
que a probabilidade de sucesso é maior. É uma ferramenta de
desenvolvimento da criança.”
É um programa que só é possível com o apoio do BPI. Para
Graciete Campos, diretora técnica da Associação Portugue-
sa de Paralisia Cerebral de Faro, o prémio recebido “é muito
importante, porque nunca temos capacidade financeira sufi-
ciente para apostar na inovação, e isto vai permitir-nos estar
ao mesmo nível dos americanos nesta matéria”.
“O sector terciário temde depender cada vez menos do Es-
tado e estes projetos de apoio dão-nos maior autonomia”, re-
força Cristina Sobral, secundada por Elsa Fernandes: “Temos
pessoas capacitadas, mas não temos os meios financeiros e só
temos de agradecer estas iniciativas”.
A
o longo de 90 anos de atividade, o Centro de Bem-
Estar Social de Arronches, no distrito de Portalegre,
tem crescido com as necessidades da população.
instituição gere hoje uma creche, pré-escolar, um lar de
idosos, um centro de dia e um serviço de apoio domiciliá-
rio. Com perto de 200 beneficiários, numa região interior
e deprimida, o centro é mais do que um conjunto de res-
postas sociais. “Somos o principal foco de desenvolvimen-
to do concelho”, a par de instituições como a Misericór-
dia, explica o presidente da instituição, Carlos Rodrigues.
E o trabalho nunca está concluído. Neste momento está
em construção um centro de atividades ocupacionais para
pessoas com deficiência. É precisamente aqui que entra
o projeto “Exercitar para capacitar”. Trata-se de equipar
a nova valência com material de motricidade e reabilita-
ção e equipamentos de estimulação cognitiva, sensorial e
motora. Bolas, arcos, pesos, pedaleiras e jogos lúdicos pa-
ra manter a mente ágil estão garantidos, graças ao apoio
do BPI Capacitar.
“Este projeto vai permitir-nos trabalhar com as pessoas
na área da multideficiência”, diz Carlos Rodrigues. “É uma
resposta que não existe na região.” E que surge nomomento
certo, sublinha Deolinda Pinto, vice-presidente do Centro
e uma das responsáveis do projeto: “No que toca a capaci-
tar pessoas com deficiência cognitiva, se não tivermos os
instrumentos adequados pouco podemos fazer”. O apoio
do BPI vai permitir assegurar sessões de trabalho semanal
a 24 beneficiários com várias situações de multideficiência.
“Permite-nos entrar numa área onde não conseguiríamos
chegar sem este tipo de apoio”, congratula-se o presidente
do Centro de Bem-Estar Social de Arronches.
P
ara a Associação de Ajuda ao Recém-Nascido, tudo
começou com um grupo de voluntárias que faziam
enxovais para os bebés mais necessitados da Ma-
ternidade Alfredo da Costa, em Lisboa. Hoje, as equipas da
Associação de Ajuda ao Recém-Nascido trabalham com o
pessoal clínico da Maternidade numa missão fundamen-
tal: acompanhar em casa as famílias com bebés prematu-
ros em situação de maior vulnerabilidade clínica e social.
“O nosso grande papel é passar segurança aos pais e eles
perceberem qual é o seu papel”, explica Assunção Mas-
carenhas, uma das responsáveis pelo projeto.
Agora, está na altura de espalhar as boas ações. Graças
ao BPI Capacitar, vai ser criada no Hospital de Santa Maria
uma réplica do serviço prestado na Maternidade Alfredo
da Costa. Para além do Banco do Bebé, que recolhe e dis-
tribui alimentos e equipamentos para as crianças mais ne-
cessitadas, o serviço de apoio domiciliário é a grande obra
da Associação de Ajuda ao Recém-Nascido. Levar para o
Santa Maria a capacidade de acompanhar os bebés após
terem alta é a grande meta.
A Menção Honrosa do BPI Capacitar serve também
para destacar o bom trabalho já feito. “É fundamental,
exatamente porque confere reconhecimento ao projeto”,
aponta Assunção Mascarenhas. Esse reconhecimento vai
permitir chegar a 150 beneficiários diretos neste serviço.
Será uma ajuda preciosa para muitos bebés carenciados
– e muitas famílias agradecidas.
N
em sempre o bom trabalho se faz nas melho-
res condições. Em Ponta Delgada, Açores, a
Associação Seara Trigo, criada em 2001, pro-
move atividades ocupacionais para cerca de 70 por-
tadores de incapacidade mental, paralisia cerebral e
autismo. A oferta vai desde a informática à animação
musical ou à hipnoterapia, passando por atividades
de reciclagem, têxteis ou jardinagem.
Mas nem sempre é fácil. “Estamos situados num
edifício muito bonito mas que data do século XVIII, o
que o torna pouco acessível emdeterminados aspetos”,
explica Rui Melo, coordenador do projeto “Acesso para
incluir melhor”, premiado este ano pelo BPI Capacitar.
“Temos um elevador de escada antigo, avariado, para
o qual já não existem peças, e uma sala de acamados
onde temos falta de equipamentos como um eleva-
dor de transferência e uma cama de banho assistido”.
Com o prémio agora atribuído, isso vai mudar.
“Este apoio vai melhorar o serviço que prestamos,
facilitar o contacto com o utente, permitir uma hi-
giene mais cuidada e, acima de tudo, proporcionar
maior dignidade aos nossos utentes”, congratula-se
Rui Melo. O BPI Capacitar vai fazer toda a diferença
– e ainda bem que assim é. “É fundamental este tipo
de apoios”, diz o responsável do projeto. “Os apoios
estatais estão a diminuir e as associações contam
com este tipo de parcerias que nos permitam me-
lhorar o nosso trabalho e proporcionar melhores
condições às pessoas que apoiamos. E nos Açores
temos muita dificuldade em conseguir apoios por-
que o tecido empresarial é diminuto, pelo que estas
iniciativas são fulcrais para nós.”
Exercitar para capacitar
O banco do bebé
Equipar para incluir
Vamos ser astronautas
SEMBARREIRAS
A capacidade de resposta da Associação Seara Trigo vai dar umsalto em frente.
NASA
Vemda
agência espacial
norte-americana
a tecnologia
terapêutica
adotada pela
Associação
Portuguesa
de Paralisia
Cerebral de Faro,
graças ao BPI
Capacitar.
NOVOSMEIOS
OCentro de
Bem-Estar Social
de Arronches
vai alargar a sua
capacidade de
resposta aos
cidadãos com
multideficiência,
coma aquisição
de equipamento
especializado.
AJUDAPRECIOSA
As voluntárias
da Associação de Ajuda
ao Recém-Nascido dão umapoio
especial às famílias combebés
prematuros, prestando apoio
domiciliário que acompanha
as necessidades clínicas e sociais
destes bebésmais frágeis.